Confira tmabém: Poeta versomaníaco lança obra póstuma em Itabaiana.
O dia 25 de outubro de 2009 foi um domingo triste para Itabaiana. Nesta data falecia, em Aracaju, talvez a mais ilustre itabaianense de todos os tempos. Ela ostentava nada mais nada menos que o título de sergipana do século e era um dos nomes mais conhecidos de Sergipe em outros estados do Brasil e em Portugal.
Maria Thetis Nunes nasceu em Itabaiana a 26 de janeiro de 1923, tendo como pais José Joaquim Nunes e Maria Anita Barreto. Quando tinha a idade de quatro anos, perdeu o pai, tendo sua mãe, com coragem e determinação, assumido toda a educação dos três filhos do casal. Thétis cursou a educação primária em Itabaiana, sendo aluna da professora Izabel Esteves de Freitas. O curso secundário fez no Atheneu Sergipense, na capital sergipana. Formou-se em Geografia e História na primeira turma da Faculdade de Filosofia da Universidade Federal da Bahia e em Museologia no Museu Histórico Nacional, em ambas obtendo sempre a primeira colocação.
Em 1945, tornou-se professora catedrática do Atheneu Sergipense, sendo a primeira mulher a fazer parte de sua Congregação, integrada pelos mais expressivos nomes da intelectualidade sergipana. Como mulher, também seria sua primeira diretora (1951/1954), destacando-se pelas reformas pedagógicas implantadas.
Professora fundadora da Faculdade Católica de Filosofia, em 1951, tornava-se a primeira mulher sergipana a ingressar no magistério superior. Em 1956, como representante do Estado de Sergipe, cursou a primeira turma do Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB). Ali permaneceu quatro anos como assistente da cadeira de História, dedicando-se à Pesquisa da História da Educação no Brasil. Em 1961 foi nomeada pelo Ministério das Relações Exteriores Diretora do Centro de Estudos Brasileiros na Argentina, onde permaneceu quatro anos, tendo lecionado nos cursos de pós-graduação da Universidade Nacional do Litoral.
Regressando a Sergipe, com a criação da Universidade Federal de Sergipe, em 1968, tornou-se professora titular de História do Brasil, História Contemporânea e Cultura Brasileira. Na qualidade de decana da UFS, por duas vezes ocupou a Vice-Reitoria. Aposentada com 47 anos de magistério, recebeu o título de Professora Emérita.
Foi membro do Conselho Estadual de Educação de 1970 a 1981 e do Conselho Estadual de Cultura de 1982 a 1994, sendo sua presidente por seis anos. Foi presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Sergipe por 30 anos. Ocupou a cadeira nº 39 da Academia Sergipana de Letras.
Escreveu importantes obras para a história de Sergipe: Sergipe Colonial I e II, Sergipe Provincial I e II, Catálogo dos Documentos Avulsos da Capitania de Sergipe (1619 - 1822, História da Educação em Sergipe e um importante texto para a história de Itabaiana: Ocupação territorial da vila de Itabaiana (1976). Tem ainda uma bibliografia de mais de uma dezena de livros, complementada com uma grande série de artigos e de pequenos ensaios.
Thétis ainda é, apesar do seu legado, pouco conhecida dos itabaianenses. Ainda não há nenhuma homenagem a esse grande vulto da nossa história que apesar de viver longe da terra natal por décadas sempre nutriu um carinho especial por Itabaiana.
Referências Bibliográficas
OLIVEIRA, Norberto Rocha de. Maria Thétis Nunes: uma contribuição a historiografia sergipana. São Cristóvão, 1997. Monografia (Licenciatura em Historia) - Departamento de Historia, Centro de Educação e Ciências Humanas, Universidade Federal de Sergipe. 44 f.
SANTOS, Maria Nely. Professora Thétis: uma vida. Aracaju: Gráfica Pontual, 1999
Poeta versomaníaco lança obra póstuma em Itabaiana
Amanhã, dia 28 de agosto, a partir das 20h30, teremos na Associação Atlética
de Itabaiana a festividade alusiva à comemoração de emancipação política de Itabaiana. Um evento simples, porém de grande significância. Na ocasião teremos a entrega da comenda "Sebrão Sobrinho" a cinco cidadãos itabaianenses e o relançamento da obra Versomania do escritor itabaianense José Crispim de Souza.
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