quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Grupos folclóricos ganham as ruas da capital sergipana

Grupos folclóricos ganham as ruas da capital sergipana

 
 

(Foto: Fabiana Costa/Secult)Uma festa da cultura sergipana. Assim pode-se descrever o cortejo folclórico realizado na tarde desta segunda-feira, 22, pelas ruas do centro de Aracaju. Fruto da mistura de crenças que vieram dos brancos, negros e índios, as danças e folguedos populares que desfilaram pelas ruas da capital fazem parte da vida dos sergipanos e permanecem vivos de geração em geração.

Foi pensando nesta rica mistura que a Secretaria de Estado da Cultura (Secult) reuniu dez grupos folclóricos de várias regiões do Estado e mostrou à população de Aracaju as típicas manifestações da cultura popular. O evento encerrou com chave de ouro a programação do ‘Agosto Para Todos’, projeto que, durante toda a semana passada, promoveu palestras, oficinas e debates com agentes culturais e sociedade civil na capital, São Cristóvão e Laranjeiras.
O cortejo
A caravana da cultura popular saiu das imediações do Centro de Criatividade e percorreu as ruas Aristides de Bispo, Propriá, Pedro Calazans, Laranjeiras, Itabaiana e calçadões da São Cristovão e João Pessoa, apresentando à população uma pequena mostra dos quase 200 grupos e folguedos populares, extremamente ricos e diversificados, que existem em Sergipe.

A secretária de Estado da Cultura, Eloísa Galdino, prestigiou a festa e ficou contente com a adesão das pessoas às manifestações culturais durante o cortejo. Para ela, as comemorações em torno do folclore devem ser constantes, mas no mês de agosto se intensificam e precisam ser ainda mais lembradas.

“O 22 de agosto é sempre uma data de celebrar o folclore e de aproximar as tradições do povo sergipano, por isso neste cortejo, junto com o projeto ‘Agosto Para Todos’, tem um significado tão importante. Projetos assim são formas de aproximar a população sergipana da realidade desses grupos que têm papel fundamental na formação da nossa identidade cultural”, destacou a gestora.
Descobrindo a cultura
A passeata com os grupos folclóricos é sempre uma forma ímpar de apresentar à população o que há de mais rico na cultura popular. Através do cortejo a população pode conferir de perto um pouco do reisado, da chegança e da batucada, por exemplo, que pouco são vistos no dia-a-dia. “Nossa cultura é muito bonita e precisamos valorizá-la”, disse a aposentada Maria José Santos de Oliveira, que estava na porta de sua casa e para conferir a caravana da cultura passar.

Para o casal de amigos Telma Lino e Pedro Soares, que mesmo com a chuva acompanharam o cortejo até o final, poder ver as manifestações culturais de Sergipe é sempre uma satisfação e um orgulho. “Conhecia poucos desses grupos e estou maravilhada com a beleza deles. É incrível como nossa cultura é rica e bela”, afirmou Telma.

Já Pedro Soares estava admirado com as vestimentas e a vitalidade dos brincantes. “Eles são muito animados, e nos inspiram, afinal, tenho quase a mesma idade de muitos deles e estou contagiado por essa energia tão boa”, completou.
Encontro de mestres
O cortejo também foi a oportunidade de reunir grandes mestres da cultura popular em um só lugar. Grupos como as Taieiras de Laranjeiras; a Chegança de Divina Pastora; os Reisados de São Cristóvão e do Mosqueiro; a Caceteira de São Cristóvão;  a Batucada Buscapé de Estância; o Samba de Coco da Barra dos Coqueiros; o Pífano Pilão de Pife, de Rosário do Catete e o Grupo Cultural Peneirou Xerém fizeram a festa da população.

Para os mestres desses grupos, estar na capital do estado, representando as inúmeras manifestações populares que existem em Sergipe é uma satisfação enorme. “Todos os anos estou aqui, e acho muito importante para mostrar nosso trabalho ao povo de Aracaju”, observou o Mestre Rindu, da Caceteira.

Para Iolanda Oliveira, que é mestre do Samba de Coco da Barra dos Coqueiros,  a cultura sergipana deve ser difundida sempre, e em cortejos que celebram o dia do folclore isso fica ainda mais evidenciado. “Nosso grupo tem uma tradição de 22 anos, e sempre que posso faço questão de levá-lo para festas como essas, afinal, é assim que a cultura é apresentada a população”, defendeu.

Já para a mestra Josefa Maria, da Batucada de Estância, que está pelo segundo ano no cortejo, a festa do Agosto para Todos é sempre muito importante para os grupos, e o desejo é que cresça ainda mais. “Sempre estive envolvida nas manifestações populares, e se existem oportunidades como esta de estar mostrando o trabalho que nós tanto lutamos para fazer, eu faço questão de participar”, complementou.

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