sexta-feira, 5 de julho de 2013

Contemplado em edital da Secult, grupo sergipano brilha na Europa

Contemplado em edital da Secult 05/07/2013 


As cidades de Bruxelas, Liège, Namur e Beauvechain, na Bélgica serviram de palco para algumas apresentações do grupo sergipano Membrana, que passou alguns dias no velho mundo mostrando um pouco da música que é produzida em Sergipe. As apresentações aconteceram junto com o lançamento do filme franco-belga-brasileiro ‘A Pelada’, que teve suas gravações realizadas em Sergipe.
Com um repertório intitulado ‘Anavantou’, os músicos Dudu Prudente, Pedrinho Mendonça, Nino Karvan e Júlio Rego puderam apresentar um pouco da música sergipana aos belgas. “Através desta viagem constatamos na prática que a música brasileira, especialmente a nordestina, tem uma força incrível no exterior. Pelos ritmos, pela energia e pela sonoridade”, afirma Dudu Prudente.
As apresentações ocorreram também em um linguagem jazzística, e parceria com a banda belga Turdus Philomelos, com um repertório que mescla a música raiz nordestina e belga, além, é claro, da trilha sonora do filme ‘A Pelada’. Além disso o grupo levou ainda ritmos do folclore sergipano como os da Chegança, Samba de Pareia, Caceteira e muitos outros.
“O set-list ficou bem dançante, com releituras de Trio Nordestino, Zé Rozendo e Marluce, Jackson do Pandeiro, além de canções autorais da Turdus, que por natureza são muito melódicas, o que casou perfeitamente com a percussão do Membrana. O público correspondeu muito bem, porque de alguma forma representam uma novidade pra eles. Alguns vieram nos agradecer pela ‘dose de alegria’ que proporcionamos”, completa o músico.
Dudu informa ainda que o repertório foi tocado parte apenas com instrumental, e parte com voz, com a participação do cantor e compositor sergipano Nino Karvan, que também cantou músicas do seu trabalho autoral. “Cantamos em português, francês, inglês, flamenco... Um momento especial do show foi "Asa Branca", de Luiz Gonzaga, sendo cantada na íntegra em "franco-português" pelo Gwen, baterista da Turdus”, ressalta Prudente.
O filme "A Pelada", motivo da viagem e dos shows do grupo Membrana foi muito bem recebido pelo público europeu. Segundo Eduardo Prudente o público se surpreendia em muitos momentos do filme e ria de coisas que pra nós não fariam tanto sentido por já estarmos acostumados. “Esse olhar europeu pro nosso Estado dá o tom do longa”, opina Prudente.
Não só para Eduardo Prudente, mas para todos os músicos da Membrana o edital foi fundamental para a ida do grupo à Europa. Segundo ele o Edital de Intercâmbio é um dos melhores projetos da Secretaria da Cultura de Sergipe, pois viabiliza a circulação e inserção dos artistas sergipanos no mercado externo, estabelecendo assim novos contatos, formando novos públicos e possibilitando maior autonomia em suas carreiras. “Esta é uma prática extremamente saudável, pois não há assistencialismo e sim fomento”, frisa.
Sobre a Membrana
O projeto Membrana foi lançado no ano 2000 pelo percussionista e pesquisador musical, Pedrinho Mendonça. De lá para cá o grupo vem trabalhando em diversas áreas como na formação musical através de células rítmicas do folclore sergipano com jovens de comunidades carentes e na confecção de instrumentos reciclados.
A Membrana atua ainda como um grupo percussivo jazzístico, integrando músicos de diferentes linguagens estéticas, resultando em sonoridades inusitadas em shows e gravações e que tem como referências Hermano Pascoal, Naná Vasconcelos, Egberto Gismonti, Weather Report, entre outros.
O grupo possui ainda um bloco percussivo chamado Burundanga, com cerca de 40 tambores reproduzindo os ritmos do folclore sergipano com alunos do projeto e a banda  de pífano Pilão de Pife, que resgata as antigas canções da cultura nordestina.

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